quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Lana Del Rey - Born To Die (2012)



NOTA:7/10


Todo início de ano começam a aparecer novos nomes apontados como a sensação da temporada, Lana Del Rey é uma dessas apostas pra 2012. Após um enorme investimento publicitário por cerca de 4 meses através de países da Europa e a divulgação de dois vídeo clipes, finalmente o seu álbum de estréia chega as prateleiras. Intitulado “Born To Die”, o álbum vem dividindo opiniões entre os críticos que vão desde as que colocam a cantora de fato como um grande trunfo às que simplesmente execram Lana Del Rey como algo medíocre e nenhum pouco digno do alarde causado pela expectativa do seu lançamento. Creio que ambos os lados estão errados, um álbum é muito pouco pra se colocar um status definitivo a alguém, seja qual for, e por isso, prefiro manter a cautela na hora de avaliar “Born To Die” ou Lana como um todo.




O álbum é extremamente bem produzido, fato que poderia ser digno de elogios de todos, acabou por ser um dos pontos de reclamação de muitas pessoas, pois toda a força e perfeição da ótima produção encontrada por trás das interpretações de Lana em cada uma das faixas tiram a fragilidade e melancolia aparente das situações encontrada nas letras de muitas de suas músicas. Letras que em muitas faixas também podem ser vistas como o que de menos é inspirado no álbum.




A faixa de abertura é a homônima ao álbum, “Born To Die” também pode ser vista como um dos pontos altos do trabalho. Com uma bela interpretação e um vocal extremamente lúbrico sobre uma batida de R&B, a canção ainda ganha mais beleza ao ser reforçada por uma orquestração de arranjos melancólicos que dão um toque especial no resultado final. A segunda faixa do álbum é “Off to the Races”, um Hip Hop com reforço de arranjos orquestrais, uma boa batida e vocal de mistura imponente e fragilidade com extrema sensibilidade e bom gosto.






A terceira faixa de Born To Die é “Blue Jeans”, com uma batida extremamente minimalista tem um ar de modernidade sem perder algumas tendências retro, o refrão da música soa em um tom bastante sentimental, ótima música. A próxima parada do álbum, “Video Games”, também já é uma música bastante conhecida, passando nas rádios e tendo seu clipe exibido com freqüência em canais musicais, é uma canção de um clímax muito delicado, cadenciada por um arranjo sinfônico, piano melancólico, passagens de harpa, momentos de suaves rufos de tambor sob um romântico vocal de Lana que é puro enlevo.




Com “Diet Mountain Dew”, inicia-se a quinta faixa de Born To Die, em uma musicalidade bem ao estilo R&B, novamente com bastante simplicidade e explorando um tom mais irreverente, a cantora agora opta inclusive por sair da estrada de atmosfera penosa que o álbum estava caminhando, tendo aqui e, guardada as devidas proporções, uma faixa de ar mais alegre. Seguindo com “National Anthem”, calcada em levada Hip Hop sobre uma bela cama de instrumentação orquestral, tem uma produção impecável, um coro de refrão em tom emocionante também é um ponto alto da faixa que é uma das mais bonitas do álbum.




Na sétima faixa, “Dark Paradise, encontra-se uma interessante batida, boa idéia de climatização sonora composta novamente por um pano de fundo orquestral, vocal imposto com grande desenvoltura e encantamento, é mais um belo trabalho de beleza, sensibilidade e melancolia a compor o álbum. O momento agora é de “Radio”, mais uma amostra de Hip Hop com fundos orquestrais de bom resultado, a faixa tem uma influência em Madonna, com um coro no refrão que contém um belo lirismo por parte de Lana deixando a música bastante agradável no seu todo.




O 9º capítulo da jornada se chama “Carmem”, sinceramente, uma faixa que não me chamou atenção, mais uma vez trata-se de uma canção de ar lutuoso como bem fez a cantora em boa parte do álbum até aqui, uma batida desinteressante com um uso de coro no refrão a intensificar a atmosfera da música, mas mesmo assim, ela ainda se mantém artificial. Ainda que não seja algo a se classificar como ruim, em nada prende a atenção também. Em “Million Dollar Man”, Lana lamenta de forma emotiva um caso de amor que não deu certo através de uma extremamente simples balada ao estilo bluesy. Não é uma grande faixa, mas não compromete em nada a qualidade geral do álbum.


A penúltima parada é em “Summertime Sadness”, com uma parte do refrão até mesmo viciante em que ela diz várias vezes o nome da música, a faixa me remeteu imediatamente a algum trabalho da Rihanna pela forma em que é executad a levada da batida. O álbum fecha de forma boa através de “This Is What Makes Us Girls”, novamente um Hip Hop com uma atmosfera forte tem como único problema a fragilidade do vocal de Lana em acompanhá-la, mas ainda assim, consegue soar interessante com uma bela e tímida melodia orquestral durante a música que cresce no seu final.




Com “Born To Die”, Lana Del Rey finalmente colocou sua “cara a tapa” diante de tantas expectativas acerca de sua estréia, recebendo críticas de todos os tipos o álbum pode não ser tudo o que a imprensa esperava dele, mas mostra uma artista segura do tipo de som que gosta de fazer e de opinião própria, não ligando muito pra comentários que detratam de forma ferrenha a sua obra. O primeiro capítulo da sua carreira musical foi bastante interessante e até mesmo animador, podendo deixar a cantora de uma forma ou de outra nos holofotes por um tempo necessário a trabalhar em um segundo álbum, quando assim poderemos avaliar de forma mais justa se Lana Del Rey realmente será um nome a marcar de forma diferenciada na música.


Bryan Adams - 11 (2008)



NOTA:5/10


É indiscutível que ao se falar de Bryan Adams, o mesmo sempre seja associado como uma das vozes mais marcantes dos anos 80 e até mesmo começo dos 90, porem, exceto pelos fãs mais fiéis do cantor, suas obras seguintes às épocas supracitadas, não costumam despertar muito interesse nos seus demais admiradores, sendo um pouco mais desconhecida e deixada de lado, Adams sempre seguiu com a sua carreira de forma bastante coesa, nunca perdendo nenhuma de suas características de músicas simples que passeiam por pelo pop rock sereno e por vezes mais enérgico, além baladas românticas. Em 11, que teve esse nome por marcar o seu 11º álbum de estúdio, Bryan Adams segue o barco da mesma forma que vinha tocando anteriormente, onde não é um trabalho a angariar novos fãs, muito menos decepcionar as pessoas que já são familiarizadas com as suas propostas musicais.


O álbum tem início com "Tonight We Have the Stars", conta com uma atmosfera simples bem ao estilo Bryan Adams, cadenciada por uma batida tranqüila de guitarra e por algumas frases de órgão a cada frase cantada antes que o refrão entre em cena e deixe a música mais empolgante, é uma faixa bastante cativante que nos faz pensar em um estádio inteiro cantando o seu coro. A segunda faixa é "I Thought I'd Seen Everything”, na época foi a primeira música divulgada do álbum, com seu estilo emotivo, Adams aqui segue de forma estóica e ao pé da letra a sua formula que deu certo ao longo dos anos, um pop rock reto tocado de maneira simples a apenas completar a marcha vocal de Adams em frases ditas com bastante sentimentalismo.


Chegada a hora de "I Ain't Losin' the Fight", novamente uma sonoridade de simplicidade e alto astral está presente, também inclui um refrão que pode grudar facilmente na cabeça de quem a escuta. Com a inclusão de uma gaita a colocar um ar brando na canção, o resultado final é um mix entre musicalidade de batida alegre sob um vocal executado com o sentimentalismo rotineiro de Adams. A quarta faixa, “Oxygen”, é a mais “Rock ‘n’ Roll” do álbum, com uma batida de violão no início, logo a musica ganha seu corpo completo com a entrada dos outros instrumentos, novamente uma instrumental bastante reta, sem nenhuma invenção, um refrão com vocal gritado sobre uma sonoridade pulsante completa o conjunto do que a faixa é feita.


"We Found What We Were Looking For", com um início de levada no baixo que me fez lembrar nem que seja por dois ou de três segundos da clássica música do U2, “"With or Without You”, a música é uma balada cantada em tom apaixonado por Adams sobre uma cama instrumental melancólica. O álbum segue com mais uma balada, “Broken Wings” é muito bem executada tanto na parte vocal quanto instrumental com destaque a partir do segundo refrão quando os backing vocals se juntam a música fortalecendo suas lamechas, um som bem característico dele.


A 7ª faixa do álbum é "Somethin' to Believe In", tem início em uma levada no violão com algumas orquestrações de fundo até chegar a parte do refrão, onde ao contrário da faixa anterior, os backing vocals não encaixaram bem, houve um excesso de pompa na sua execução, deixando a parte emotivamente forçada. Seguindo viagem e agora parando em "Mysterious Ways", Adams aqui se mostra um tanto introspectivo refletindo sobre os mistérios existentes na vida, uma faixa de cansativa e arrastada melodia, junto com a anterior é a que menos acho interessante no álbum.


A faixa de numero nove é "She's Got a Way", uma excelente música, provavelmente a que mais soa de forma clássica no álbum, podendo ser, e exageros a parte, uma faixa de destaque em qualquer um dos álbuns anteriores do cantor, bastante sólida, com uma guitarra bela e melódica e um refrão a soa de forma crescente, tudo encaixa perfeitamente bem na música. “"Flower Grown Wild" é a penúltima música, provavelmente a faixa mais morna do álbum. Isso é ruim ? não, mas serve apenas pra ilustrar que se trata de uma música que não se pode esperar mais do que a normalidade, uma batida que soa familiar por conta da sua característica simples, um refrão a cantar com a multidão e agitar as pessoas no show, mas musicalmente, nada demais. O álbum fecha com a bela "Walk On By", canção curta executada com bastante simplicidade apenas por violão e uso de cordas de pano de fundo que criam um clima sombrio e ligeiramente triste.


Em 11, como dito anteriormente, Bryan Adams não vai despertar o interesse em ninguém mais do que naqueles que sempre gostaram de sua obra, com todas as suas características presente em muitos momentos, o que pode fazer com que o álbum soa desinteressante é o fato de soar de certa forma, “mais do mesmo”, não apresentando absolutamente nada de novo e deixando algum ouvinte mais exigente com um ar de “já ouvi isso antes”.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Adele - 21 (2011)



NOTA:10/10


Em seu segundo álbum, a cantora britânica Adele mostra uma evolução musical tão grande, que fez com que o álbum de estréia, “19”, se comparado com “21”, não fosse mais visto como algo tão interessante assim. O que o ouvinte irá encontrar nesse registro é mais uma cantora da nova safra de artistas inglesas surgidas nos últimos 10 anos como Joss Stone, Duffy e Amy Winehouse que tem como grande influência a música Soul, mas passeando por vários outros campos musicais, tais como Blues, Country, R&B, Jazz, Pop, Rock, enfim, verdadeiras alquimias musicais que quando bem dosadas nos é presenteados com discos surpreendentes e, “21”, exemplifica na prática toda essa teoria.




O álbum tem início através da canção que pode ser vista como “carro chefe” da carreira da cantora, “Rolling in the Deep” foi o primeiro single de “21” e a música mais premiada da artista até o momento, tendo sido um grande sucesso em vários países da Europa. A sonoridade encontrada é algo entre a música disco e um blues, mas dentro de uma atmosfera mais “dark”, como a cantora gosta de fazer em quase todas as suas canções. Um ótimo começo de álbum pra Adele desfilar sua voz mostrando está mais em forma do que nunca.


A segunda parte do álbum é marcada pela faixa, “Rumour Has It”, com uma levada misturando Soul e Blues sobre uma cama de batidas estilo tambores, é uma música de refrão bem animado e de fácil assimilação, podendo grudar na cabeça do ouvinte logo após a primeira audição.




“Turning Tabels” é uma belíssima balada ao piano, voz, além de algumas cordas de fundo, onde se mostra com bastante clareza a bela voz que Adele possui. Um momento mesmo que ainda sereno é de uma grande energia por conta da forma emotiva que a canção é executada.


A faixa de numero quatro do álbum é uma que costuma figurar entre as queridinhas de “21” entre os fãs da cantora. Provavelmente é o momento mais melódico do álbum, com um vocal extremamente inspirado, um belo refrão totalmente impregnado de sentimentalismo e arranjos que apesar de simples, atendem a proposta da música, “Don’t You Remember” é uma das canções da artista que mais fazem jus ao fato de muitas pessoas se identificarem com suas letras.




“Set Fire To The Rain” provavelmente seja a onde aconteça um dos poucos deslizes do álbum, mas muito mais pela produção que ficou exagerada demais deixando a voz um pouco menos natural do que nas outras faixas. Ainda assim, Adele faz a sua parte e o resultado final embora não seja o ideal, está longe de ser ruim, principalmente por mais uma vez a música ser cantada repleta de sentimento onde novamente o destaque fica nos refrões, que ganham uma força instrumental de fundo com um ar meio orquestral.




A próxima faixa, “He Won’t Go” é uma canção com os dois pés cravados na R&B, na minha opinião um dos melhores momentos do álbum, uma música naturalmente bela onde a cantora não faz esforço pra cadenciar de forma elegante e extremamente competente uma música muito bem arranjada e agradável de se ouvir.


Com a música “Take it All”, Adele traz um momento gospel ao álbum. Quem está no comando aqui é um piano que faz uma cama instrumental pra que a bela voz da cantora mais uma vez deslize tranquilamente pra deleite dos ouvintes, a música em partes do seu refrão também recebe um reforço de um coral muito bem encaixado por sinal.


“Ill Be Waiting” é sem sombra de dúvida o momento mais alegre do álbum, muito bem ritmada e alto astral, poderia até soar de forma deslocada dentro de “21” pra alguns, mas não acho pra tanto. Uma canção de caráter otimista baseado na idéia de reatar o romance com um antigo amor.


Após a alegria da canção anterior, Adele mais uma vez mergulha de cabeça nas profundezas do sentimentalismo do Soul, cantando de forma branda, bela e com uma enorme carga emocional, em “One and Only”, o que se encontra é um arranjo triste sob um pedido de alguém que necessita ser a única na vida daquele que ama.




A penúltima faixa do álbum é na verdade um cover, “Lovesong”, originalmente gravado pela banda The Cure, aqui recebeu uma roupagem totalmente singular da cantora, um estilo meio bossa nova, cheio de sutileza onde novamente a cantora fez uma versão própria na hora de regravar música de outro artista. Já havia feito o mesmo com “Make You Feel My Love” do Bob Dylan. “Lovesongs” apesar de um cover pode facilmente ser considerado também um dos pontos alto do álbum.


Pra fechar o álbum, mais uma balada ao estilo piano e voz, seguindo a mesma formula das anteriores onde a carga sentimental é tanta que pode causar arrepios em quem adentrar no espírito de sua sonoridade, “Someone Like You”, traz um final impecável ao álbum.


Bom, “21” não é apenas um ótimo álbum, mas a firmação de uma artista que caso não cometa o erro de desvirtuar sua carreira por conta de fraquezas extra palcos, tem tudo pra em um futuro não tão distante, entrar com seu nome no rol de grandes da história. Sem sombra de dúvidas, um álbum 5 estrelas.


Joss Stone - LP1 (2011)


 NOTA:7/10

Desde que começou a mostrar o seu talento ainda com 14 anos ao viajar pra Nova York com a intenção de participar de um concurso musical promovido por uma rádio local, a inglesa da pequena cidade de Dover, Joss Stone, vem a cada dia provando que o “tiro” dado por aqueles que estavam dispostos a apostar no seu talento, não sairia de maneira nenhuma pela culatra, muito pelo contrário, seria certo que a garota loira e de aparência frágil, em pouco tempo poderia ganhar o status da mais nova diva da R&B por conta de sua voz arrojada, uma espécie de branca de voz negra. Após 8 anos desde o seu disco de estréia, “The Soul Sessions”, a cantora agora divide seu tempo entre o super grupo SuperHeavy, que alem de Stone, conta com a presença de nomes de peso como Mick Jagger, A.R.Rahman, Dave Stewart entre outros, com a sua carreira solo, tendo lançado no dia 21 de Julho de 2011, seu mais novo trabalho, intitulado “LP1”, que contou inclusive com um dos parceiros de SuperHeavy na produção. Dave Stewart, que também é o co-fundador da banda Eurythmics, ficou encarregado da produção do álbum, o que, diga-se de passagem, fez muito bem, pois é o mais bem produzido trabalho da cantora.

Antes de ouvir esse trabalho pela primeira vez, li de alguns críticos que a cantora em “LP1” solidificou o pensamento de muitas pessoas que, embora a cada novo trabalho, a cantora ainda mostre ótimas interpretações das músicas através de uma bela voz, Joss Stone tem perdido uma das suas maiores características, ou seja, o groove, sem contar outros comentários extremamente pejorativos. Bom, não consigo enxergar essa “decadência”, ainda que “LP1” não soe como um novo “Mind, Body & Soul”, o mesmo possui sim qualidade em vários momentos. Só mais um detalhe, o álbum encontra-se em algumas versões com duas faixas bônus, mas a resenha será feita baseada no álbum simples, de 10 faixas.

Bom, sobre o que se pode encontrar no álbum, trata-se novamente de mais uma espécie de renovação musical da cantora, com um espírito rock ‘n’ roll um pouco mais aflorado provavelmente por conta de recentes trabalhos ao lado de rockstars como Jeff Beck e Mick Jagger, mas sem perder muita da própria identidade Soul.


Baseada nessa mais nova renovação musical, o álbum tem início com uma faixa de nome bem sugestivo, a bela “Newborn” começa com apenas violão e voz muito bem executado até que o refrão é cantado pela primeira vez e os outros instrumentos agora também acompanham o vocal de Joss Stone dando mais corpo à canção, assim segue até o seu final, bonito arranjo sob uma bela interpretação da cantora. A segunda faixa, “Karma”, também é bastante interessante, com um começo onde os seus 10 primeiros segundos me fez lembrar da introdução da música “Circle of Fire” da Steve Miller Band, mas as semelhanças param por aí, Karma é uma faixa de levada bastante calcada no rock ‘n’ roll e, que em alguns momentos nos remete salvo as devidas proporções, a um vocal à la Janis Joplin devido a potencia usada por Joss em certas passagens da faixa.


Em “Don’t Start to Lie To Me Now” a cantora segue uma linha mais ao estilo “blues primitivo”, uma levada de piano que lembra bastante a executada por muitos artistas dos anos 50, novamente com um vocal muito forte, Joss tenta sempre encarnar as personagens de suas canções, isso é uma característica louvável em qualquer cantor. A quarta faixa, “Last One To You” é um dos melhores momentos do álbum, provavelmente por contar com uma das principais características que fizeram com que a cantora ganhasse uma grande notoriedade no meio musical, um vocal variando em partes mais serenas e outras um tanto mais agressivas ainda que por cima de uma melodia continuamente tranquila.


Seguindo praticamente pelo mesmo caminho, “Drive All Night” também figura facilmente como uma das minhas faixas favoritas pelo mesmo motivo que citei na música anterior. Com um teclado vintage fazendo uma cama melódica sob umas simples notas de guitarra, encaixes de percussão e um vocal perfeitamente colocado de Stone, o clima criado na música não poderia ser melhor. Agora com “Cry Myself to Sleep”, a faixa é praticamente toda acústica onde apenas na sua parte final acontece uma incorporação dos outros instrumentos e a entrada de um coro de fundo que acompanha a cantora até o término da música.


“Somehow” é uma canção extremamente divertida, de uma levada maravilhosa e, um refrão que facilmente gruda na cabeça, sem me esquecer de também mencionar que aqui é uma das provas de que o seu groove, muito mais do que vivo nas veias da cantora, ainda está bastante ativo. Na próxima faixa, “Landlord”, a parte instrumental se limita em um trabalho acústico e deixa claro que a canção é quase que inteiramente voltada ao desempenho vocal de Stone, esse mais uma vez feito com muita destreza.


O penúltimo ato de “LP1” é “BoatYard”, começa de forma bastante melancólica até a melodia ganhar mais força com direito a no meio da canção a entrada de um solo de guitarra com reminiscência de uma balada rock ‘n’ roll de arena na linha de algo como King of Leon, uma boa faixa. Por fim, “Take Good Care” usa a mesma fórmula de “Landlord”, ou seja, uma cama melódica acústica pra que a voz de Joss deite de forma relaxada a soar de maneira bem serena.



Ainda que não seja nenhuma obra prima, “LP1” é um disco bastante honesto e de certa forma coeso, tanto em relação à qualidade de suas canções quanto em relação à discografia da cantora, que a cada novo álbum busca uma renovação musical. “LP1” é mais um interessante capítulo da história de uma das mais talentosas cantoras da R&B a surgir nos últimos tempos.